Bioimpedância X Dobras Cutâneas

Você paciente certamente deve acreditar que o exame de Bioimpedância é melhor, mais seguro e mais eficaz do que o da dobra cutânea para a avaliação do seu percentual de gordura corporal, massa magra e massa gorda.

De fato, várias bioimpedâncias atualmente, apresentam softwares mais elaborados, conferindo dados sobre eletrólitos, água, edema, percentual de gordura, massa magra e gorda em quilos e em percentual, metabolismo basal, e a distribuição da gordura de forma segmentar, o que auxilia e muito a avaliação nutricional e a prescrição de treinos e dietas.

Porém uma coisa que a bioimpedância não nos permite é o manuseio da dobra cutânea, da gordura ou da pele do indivíduo, da dureza, da flacidez ou da retidão dessa prega, que são fatores determinantes, para um bom profissional, para a análise e entendimento das queixas de seu paciente e para a conduta nutricional!

E por que isso é importante??

Porque um bom avaliador saberá apenas com a pinçada da dobra de seu paciente, se ali tem mais gordura ou não, mais pele ou não, mais flacidez ou não e mais edema ou não. E, ainda, o bom avaliador vai poder entender o que está fazendo aquela dobra, em específico, aumentar ou não, quais as influências hormonais que possam estar contribuindo para aquele acúmulo localizado e ainda, quais são os tipos de pacientes (perfis de biotipo) que realmente devam fazer suas avaliações pelo método de dobras cutâneas (por isso, a bioimpedância existe!).

Então, numa consulta nutricional, deixe o profissional decidir qual será o melhor método de avaliação de gordura corporal para você, naquele determinado momento de sua visita ao consultório! Confie no seu Nutricionista, tenho certeza que ele saberá te guiar nesse processo!!

 

Dieta Restritiva X Jejum Intermitente

Com certeza você já ouviu falar no Jejum Intermitente (JI) e deve ficar se perguntando se realmente ele não é mais eficaz para perder gordura e emagrecer do que as “dietas convencionais”.

Muitos estudos vêm fazendo comparativos entre dietas com restrição calórica versus JI visando a perda de gordura (e posso dizer, por estar acompanhando esses resultados científicos), que a maioria tem mostrado baixa eficácia do JI no emagrecimento, quando não igual ao grupo da dieta de restrição calórica, porém com maior redução na massa magra.

Como a maioria dos estudos também é de curta duração, com 8 semanas no máximo, fica a dúvida de quais serão as consequências do JI para o corpo humano, já que estão aparecendo demonstrações de alteração nos hormônios tireoidianos e testosterona, por exemplo.

Para confirmar o meu relato acima cito Kroeger e colaboradores, 2018, que recrutaram 34 adultos com excesso de peso e compararam os resultados do jejum em dias alternados (JDA) versus dieta de restrição calórica (DRC). O estudo durou 12 meses e foi dividido em duas fases: seis meses de intervenção, seguida de uma fase de seis meses de manutenção. Os participantes também foram divididos em dois grupos: 1) grupo JDA, orientado a consumir 25% de suas necessidades energéticas (NE) no dia do jejum e 125% no dia livre, na primeira fase; 2) grupo DRC, instruído a consumir 75% de suas NE todos os dias.

Ao final de 12 meses, ambos grupos foram divididos entre os que perderam <5% do peso inicial e os que perderam ≥5% do peso inicial. Não houve diferença significativa entre os grupos JDA e DRC para perda de peso, fome, saciedade, auto eficácia e consumo energético e proteico. Porém, entre os participantes que perderam mais de 5% do peso inicial, a perda de peso foi maior no grupo JDA (média –9,9% ±1,1% vs. -9,2% ± 1,2% do grupo DRC), o que os autores atribuíram a menor fome e maior saciedade relatada por esse grupo, provavelmente associada a maior consumo proteico apresentado, embora sem diferença estatisticamente significante.

O que Kroeger e colaboradores concluíram é que, em longo prazo, não houve diferença significativa quanto a perda de peso e mudanças comportamentais entre indivíduos que realizam jejum ou fazem dieta de restrição calórica.

Nós da área da saúde entendemos que a opção pelo JI pode ser viável quando o paciente apresenta condições e metabolismo apropriado para tal. Essa metodologia poderia ser utilizada como uma intervenção diferenciada para estimular o metabolismo em situações de estado estável ou efeito platô de emagrecimento! Porém, tudo deve ser bem avaliado, antes de se iniciar uma restrição importante como essa!

Portanto, antes de entrar com jejuns ou dietas restritivas por conta própria, consulte sempre um Nutricionista gabaritado e capacitado!

Referência: Kroeger CM, Trepanowski JF, Klempel MC, et al. Eating behavior traits of successful weight losers during 12 months of alternate-day fasting: An exploratory analysis of a randomized controlled trial. Nutrition Health, 2018; 24.