Você sabe o que é SOP? Síndrome do Ovário Policístico

Considerada uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos (hiperandrogenismo); irregularidades nos ciclos menstruais e anovulação; ovários aumentados de tamanho e normalmente com cistos em seu interior, e resistência à ação da insulina (RI).

Além da questão glicêmica, da possível instalação de um diabetes tipo II e da RI, a SOP está associada com maiores riscos para desenvolvimento de câncer de endométrio e doenças cardiovasculares.

É comum pacientes com SOP em quadros de sobrepeso para obesidade, compulsivas por doces e massas em geral, com gordura abdominal significativa e alterações nos níveis de glicemia, hemoglobina glicada, testosterona e lipidograma.

Tem-se estudado alguns tipos de conduta nutricional que podem ajudar na SOP:

Dieta low carb que restringe carboidratos na dieta e, normalmente há um aumento nas fontes de proteínas magras e fibras (cuidado com as gorduras);

Estratégias de Jejum Intermitente podem, talvez, ser positivas tanto para emagrecimento, quanto para melhora do perfil glicêmico.

Dieta do mediterrâneo também tem sido alvo de estudos pelo seu nível anti-inflamatório e de proteção cardiovascular.

A mulher com SOP deve estar atenta ao consumo excessivo de leite e derivados, açúcares e glúten, pois acidificam o pH intestinal favorecendo alterações no microbioma, promovendo piora do quadro de estagnação e umidade na região ginecológica, segundo a medicina tradicional chinesa, e afetando seu humor e ansiedade, refletindo em momentos compulsivos por doces.

Meninas com SOP, atenção aos detalhes desse post e mais atenção ainda à forma como você vem conduzindo sua alimentação!

Se você não está conseguindo sozinha e seus exames já estão mostrando alterações, não adie mais sua visita ao Nutricionista!

Dieta Restritiva X Jejum Intermitente

Com certeza você já ouviu falar no Jejum Intermitente (JI) e deve ficar se perguntando se realmente ele não é mais eficaz para perder gordura e emagrecer do que as “dietas convencionais”.

Muitos estudos vêm fazendo comparativos entre dietas com restrição calórica versus JI visando a perda de gordura (e posso dizer, por estar acompanhando esses resultados científicos), que a maioria tem mostrado baixa eficácia do JI no emagrecimento, quando não igual ao grupo da dieta de restrição calórica, porém com maior redução na massa magra.

Como a maioria dos estudos também é de curta duração, com 8 semanas no máximo, fica a dúvida de quais serão as consequências do JI para o corpo humano, já que estão aparecendo demonstrações de alteração nos hormônios tireoidianos e testosterona, por exemplo.

Para confirmar o meu relato acima cito Kroeger e colaboradores, 2018, que recrutaram 34 adultos com excesso de peso e compararam os resultados do jejum em dias alternados (JDA) versus dieta de restrição calórica (DRC). O estudo durou 12 meses e foi dividido em duas fases: seis meses de intervenção, seguida de uma fase de seis meses de manutenção. Os participantes também foram divididos em dois grupos: 1) grupo JDA, orientado a consumir 25% de suas necessidades energéticas (NE) no dia do jejum e 125% no dia livre, na primeira fase; 2) grupo DRC, instruído a consumir 75% de suas NE todos os dias.

Ao final de 12 meses, ambos grupos foram divididos entre os que perderam <5% do peso inicial e os que perderam ≥5% do peso inicial. Não houve diferença significativa entre os grupos JDA e DRC para perda de peso, fome, saciedade, auto eficácia e consumo energético e proteico. Porém, entre os participantes que perderam mais de 5% do peso inicial, a perda de peso foi maior no grupo JDA (média –9,9% ±1,1% vs. -9,2% ± 1,2% do grupo DRC), o que os autores atribuíram a menor fome e maior saciedade relatada por esse grupo, provavelmente associada a maior consumo proteico apresentado, embora sem diferença estatisticamente significante.

O que Kroeger e colaboradores concluíram é que, em longo prazo, não houve diferença significativa quanto a perda de peso e mudanças comportamentais entre indivíduos que realizam jejum ou fazem dieta de restrição calórica.

Nós da área da saúde entendemos que a opção pelo JI pode ser viável quando o paciente apresenta condições e metabolismo apropriado para tal. Essa metodologia poderia ser utilizada como uma intervenção diferenciada para estimular o metabolismo em situações de estado estável ou efeito platô de emagrecimento! Porém, tudo deve ser bem avaliado, antes de se iniciar uma restrição importante como essa!

Portanto, antes de entrar com jejuns ou dietas restritivas por conta própria, consulte sempre um Nutricionista gabaritado e capacitado!

Referência: Kroeger CM, Trepanowski JF, Klempel MC, et al. Eating behavior traits of successful weight losers during 12 months of alternate-day fasting: An exploratory analysis of a randomized controlled trial. Nutrition Health, 2018; 24.