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SAÚDE DA MULHER (para nutris)

Antes de iniciarmos as melhores estratégias nutricionais para o manejo mais assertivo para Endometriose e Síndrome do Ovário Policístico, gostaria de compartilhar uma premissa no tratamento dos meus pacientes que tenho introduzido há algum tempo em meu consultório, que é a Nutrição Celular.

Para todos os casos, independente da questão a ser tratada, hoje meu foco nos atendimentos clínicos é Nutrir a célula do meu paciente e, essa Nutrição ou esse “estímulo” não necessariamente vai acontecer só com o ajuste alimentar, mas ele é imprescindível para termos bons resultados, sempre!

O que mais vemos, infelizmente, no momento da nossa anamnese, são pacientes se alimentando de uma maneira bem aquém às metas nutricionais e fisiológicas de um organismo, favorecendo, então, uma desnutrição celular. Toda doença aparece quando o ambiente está nutricionalmente desfavorável.

Como o ato de comer envolve muitos aspectos, como a questão comportamental, a questão econômica, a cultura e as crenças de cada ser humano, nós nutricionistas temos o papel de escutar com empatia nossos pacientes, porém, também, de estarmos sempre dispostos a estimula-los a mudarem certas condutas quando for realmente benéfico para cada situação fisiológica ou doença diagnosticada.

E é nesse aspecto que entram os Testes Nutrigenéticos, pois eles mostram de maneira bem assertiva o que o metabolismo daquele paciente realmente precisa ou deve evitar para prevenir doenças e para garantir ainda mais o estado de saúde.

Na nossa DGLive do dia 04/03 as 20h, passei um pouco da minha experiência para outros Nutricionistas, sobre as melhores condutas nutricionais e a visão da Nutrigenética, para ENDOMETRIOSE e SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO com foco no tema SAÚDE DA MULHER, em comemoração ao mês de março, mês da mulher!

Vamos ao assunto?

ENDOMETRIOSE

A Endometriose representa uma afecção ginecológica considerada comum, em que o tecido que reveste o útero, o endométrio, cresce anormalmente para fora do órgão, ocasionando dores, e em alguns casos, infertilidade.

Atinge cerca de 5% a 15% das mulheres no período reprodutivo.

Estima-se um total de 70 milhões de mulheres no mundo com endometriose! Muitas, nem sabem que apresentam essa condição clínica!

É uma doença autoimune, portanto, tem um eixo emocional envolvido, requer um cuidado alimentar, intestinal, terapêutico, comportamental e hormonal.

Embora a maioria dos tratamentos convencionais foque apenas na questão hormonal e cessação da menstruação, minha experiência clínica (como Nutricionista e como paciente) mostra que o tratamento deve ser multidisciplinar, com mudanças nos hábitos de vida, comportamentais e psicológicos, e na alimentação, principalmente.

Em relação à questão alimentar, e devido a sua classificação como doença autoimune, toda mulher com endometriose deve observar inicialmente seu intestino e usar estratégias para melhorar seu microbioma. A partir disso já podemos pensar numa possível situação de leak gut, algum tipo de doença inflamatória intestinal já instalada, intestino preso ou disbiose, má absorção de nutrientes importantes tais como vitamina D, complexo B, zinco, ferro, magnésio, entre outros…

A orientação padrão é repor vitamina D a valores próximos de 50 ng/dl até 80 ng/dl.  A grande maioria se beneficia de probióticos, mas indico conduta e manipulação individualizada. Os prebióticos, que são os alimentos para as nossas bactérias gram positivas, também fazem uma diferença muito significativa na qualidade intestinal e alcalinizam o pH intestinal, como a inulina, a Chlorella e fibras alimentares.

Vemos um grande benefício quando é reduzido o consumo de açúcares, de carboidratos simples, de lácteos e de glúten, tanto para a questão do microbioma, mantendo o pH intestinal básico, que é o ideal, quanto para o perfil psicológico e emocional dessa paciente, deixando-a menos estressada e menos ansiosa.

Aumentar as estratégias anti-inflamatórias ricas em fitoquímicos, são excelentes para detoxificação: chás diuréticos ou específicos como o uxi amarelo (melhora inclusive as dores); chás calmantes a noite, para manejo do estresse e alterações de sono; shots para imunidade ou anti-inflamatórios ao acordar podem beneficiar tanto a disposição dessa mulher para suas primeiras atividades do dia, quando melhorar a saúde intestinal e digestiva.

Cuidar do terreno biológico da endometriose é também muito importante, pois é onde a doença se manifesta; nisso temos, segundo a terapêutica floral quântica, indutores frequenciais para “consertar” esse terreno, sem efeitos colaterais, e a longo prazo.

A endometriose se enquadra no tipo de terreno onde podem estar associadas condições clínicas como a resistência a insulina, ou diabetes; a síndrome do pânico ou transtorno de ansiedade generalizada; a esteatose hepática; a insônia e alterações no padrão de sono e no comportamento alimentar, com tendência a compulsão alimentar. Esse tipo de terreno biológico está relacionado sempre à alteração no eixo hormonal.

Todas essas intervenções que citei acima, modulam a expressão dos nossos genes, favorecendo de certa forma, uma informação nova e positiva, ou seja, a epigenética modulando a genética.

Na Nutrigenética, com a avaliação do DNA dessa paciente por meio do teste nutrigenético, conseguimos evidenciar todos esses aspectos abordados nos seguintes genes:

TCF7L2 – RI e metabolismo das gorduras;

COMT – relacionado ao processo de dopamina no cérebro – COMT lenta OU rápida, proporcionarão aumentam os níveis de ansiedade, maiores chances de síndrome do pânico, dores crônicas, insônia, ou compulsões alimentares, dificuldade de controlar o que come, e aumento no consumo de doces;

CLOCK – ciclo circadiano – fome , saciedade, insulina e glicemia – o polimorfismo indica que é bom iniciar o dia com uma refeição do que fazer um JI, por exemplo;

VDR – metabolismo da VIT D – aumentam as necessidades de vitamina D e de cálcio;

IL6 – mediadores pró-inflamatórios – aumentar quantidade de ômega 3 / reduzir ômega 6;

HLA-0/DQ2.5 (predisposição muito alta) e HLA-3/ DQ8 (predisposição alta) – relacionado ao glúten e / ou predisposição a doença celíaca – reduzir o consumo de glúten;

MTHFR – metabolismo da VIT B – infertilidade / parto prematuro – dosar homocisteína e ácido fólico podem ajudar a identificar riscos cardiovasculares, e dificuldades de engravidar;

MCM6 – intolerância à lactose – sugiro observar intestino preso / urticárias / dermatites / dores de cabeça.

SINDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO

Considerada uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos, o hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial; irregularidades nos ciclos menstruais e anovulação; ovários aumentados de tamanho e normalmente com cistos em seu interior, e resistência à ação da insulina ou alterações glicêmicas já instaladas.

A RI atinge de 50 a 70% das mulheres com SOP e 1 em cada 15 mulheres em idade reprodutiva tem essa condição clínica.

Além da questão glicêmica, da possível instalação de um diabetes tipo II e da RI, a SOP está associada com maiores riscos para desenvolvimento de câncer de endométrio e doenças cardiovasculares.

Normalmente é comum encontramos pacientes com SOP em quadros de sobrepeso para obesidade, compulsivas por doces e massas em geral, com gordura abdominal significativa e alterações nos níveis de glicemia, hemoglobina glicada, testosterona e lipidograma.

A “melhor conduta dietoterápica” é a redução no consumo de carboidratos simples da dieta; introdução de uma dieta low carb (entre 20 a 40% de carboidratos do VCT da dieta) e incremento nas fontes de proteínas magras e fibras. Dependendo da genética, estratégias de Jejum Intermitente podem ser positivas tanto para emagrecimento, quanto para melhora do perfil glicêmico.

Atualmente há uma linha questionando dietas low carb e cetogênicas, mostrando que um dos caminhos nutricionais possa ser o estímulo a adesão de uma dieta do Mediterrâneo, inclusive como forma de melhorar a expressão dos nossos genes e condições clínicas já instaladas.

Observar a frequência de consumo de leite e derivados, açúcares e glúten, pois acidificam o pH intestinal favorecendo alterações no microbioma, disbiose, leak gut, promovendo piora do quadro de estagnação e umidade na região ginecológica, segundo a medicina tradicional chinesa.

Se há alterações no microbioma podem acontecer alterações nos quadros de ansiedade, depressão, comportamento alimentar e, consequentemente, dificuldades na adesão ao tratamento nutricional.

Nesse caso, podemos introduzir algumas condutas fitoterápicas, para quem já é prescritor ou mesmo introduzir os florais quânticos, mas isso é assunto para outro texto!

No teste nutrigenético podemos observar tais condições citadas acima nos genes:

TCF7L2 – RI e metabolismo das gorduras

COMT – relacionado ao processo de dopamina no cérebro

CLOCK – ciclo circadiano

VDR – metabolismo da VIT D

IL6 – mediadores pró-inflamatórios

HLA-0/DQ2.5 e HLA-3/ DQ8 – relacionado ao glúten

MTHFR – metabolismo da VIT B

MCM6 – intolerância à lactose

PPARG – armazenamento de gorduras e metabolismo da glicose

FTO – relacionado a obesidade e maiores chances de DM tipo II

APOA2 – sensibilidade a gordura saturada e dislipidemias

AGT – regulação da pressão arterial

ACE – regulação da pressão arterial e sensibilidade a carboidratos

Para você que é apenas um curioso na área, com certeza todo esse conteúdo pode te ajudar a identificar como é importante comer bem para cuidar de uma determinada condição clínica e, principalmente, como a Nutrigenética pode melhorar todo esse quadro.

Já para os Nutricionistas que acompanharam esse texto ou mesmo a live, espero ter contribuído para sua conduta clínica, lembrando sempre, que cada caso é um caso, e que cada paciente deve ser acompanhado de maneira individualizada!

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